Não. Eu não sou inteligente, esperto, nem mais do que ninguém. Apenas sou eu, tenho meus pensamentos e idéias. Respeito a posição dos outros, mas o que não concordo é que não respeitam a minha.
Não estou acostumado, mas hoje eu vejo os jovens pensando em bits por segundo. Ninguém mais usa o lápis para calcular, nem sabem direito a quase extinta e largada tabuada. Quanto é 5 vezes 6? A calculadora do celular diz que é 30!
Jogos de tabuleiro hoje estão tão envergonhados de existirem que nem embaixo das camas pegando pó estão mais. Fizeram uma rebelião e se entregaram às traças, baratas para serem destroçados, com medo que alguém se lembrasse deles e dessem risadas de seus pinos e dados.
Isso é só um exemplo das coisas que vejo e não entendo.
Estes dias fui conversar com meu primo de 11 anos de idade. Estava comentando das brincadeiras dele e das minhas quando eu era moleque. Tudo o que eu perguntava, ele não brincava. O ápice da conversa foi quando perguntei se ele já brincou de mãe-da-rua. Sei que muitos que lêem talvez não tenham brincado também, então vamos lá.
Mãe-da-rua: consiste em uma brincadeira na qual uma pessoa fica no meio e os outros ficam em uma calçada. Você tem que correr até o outro lado da calçada sem que o que está no meio te pegue. Se ele te pegar, você o ajuda a pegar os outros.
Pois então, depois de explicar nos mínimos detalhes sobre esta brincadeira que me fazia alegre e feliz por horas e deixava profundas marcas nos meus ralos joelhos, percebi o silêncio que pairava no ar.
Com os olhos, o meu primo me disse as simples palavras (sem mesmo pronunciá-las): “Que brincadeira estúpida!”.
Me senti o pior dos seres. Será que eu era fútil e ele muito maduro ou eu era feliz e ele não sabe o valor das mínimas coisas?
A inocência foi perdida. Ficou entre a vala da calçada que eu corria e ralava minhas canelas e as páginas de minhas memórias que não escrevi e a cada dia são esquecidas pouco a pouco.
O que te faz sentir que você não é daqui?
Pense nisso! Se não cultivarmos nossas raízes, seremos flores sem caule, só as pétalas, muchas e que podem cair a qualquer momento e deixarem de existir.
Aproveite este post e deixe escrito o que você fazia na sua infância e que hoje é considerado, no mínimo, estranho para a “nova geração”.
Do alien que ainda vive neste mundo, mas a cada dia se sente mais distante...
PS: Eu sou daqueles que é fã número 0 da Turma da Mônica. Imagina se eu falo para os jovens de hoje que ainda tenho vontade de ler gibis até hoje...