segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Geração na contramão

Ultimamente, várias situações me têm colocado em xeque em relação à sociedade e seus costumes. É, eu nasci no meio dela, sou deste planeta, tenho só 22 anos, mas às vezes eu me sinto como meus pais e avó, 40 anos a frente dos jovens.

Não. Eu não sou inteligente, esperto, nem mais do que ninguém. Apenas sou eu, tenho meus pensamentos e idéias. Respeito a posição dos outros, mas o que não concordo é que não respeitam a minha.

Não estou acostumado, mas hoje eu vejo os jovens pensando em bits por segundo. Ninguém mais usa o lápis para calcular, nem sabem direito a quase extinta e largada tabuada. Quanto é 5 vezes 6? A calculadora do celular diz que é 30!

Jogos de tabuleiro hoje estão tão envergonhados de existirem que nem embaixo das camas pegando pó estão mais. Fizeram uma rebelião e se entregaram às traças, baratas para serem destroçados, com medo que alguém se lembrasse deles e dessem risadas de seus pinos e dados.

Isso é só um exemplo das coisas que vejo e não entendo.

Estes dias fui conversar com meu primo de 11 anos de idade. Estava comentando das brincadeiras dele e das minhas quando eu era moleque. Tudo o que eu perguntava, ele não brincava. O ápice da conversa foi quando perguntei se ele já brincou de mãe-da-rua. Sei que muitos que lêem talvez não tenham brincado também, então vamos lá.

Mãe-da-rua: consiste em uma brincadeira na qual uma pessoa fica no meio e os outros ficam em uma calçada. Você tem que correr até o outro lado da calçada sem que o que está no meio te pegue. Se ele te pegar, você o ajuda a pegar os outros.

Pois então, depois de explicar nos mínimos detalhes sobre esta brincadeira que me fazia alegre e feliz por horas e deixava profundas marcas nos meus ralos joelhos, percebi o silêncio que pairava no ar.

Com os olhos, o meu primo me disse as simples palavras (sem mesmo pronunciá-las): “Que brincadeira estúpida!”.

Me senti o pior dos seres. Será que eu era fútil e ele muito maduro ou eu era feliz e ele não sabe o valor das mínimas coisas?


A inocência foi perdida. Ficou entre a vala da calçada que eu corria e ralava minhas canelas e as páginas de minhas memórias que não escrevi e a cada dia são esquecidas pouco a pouco.

O que te faz sentir que você não é daqui?

Pense nisso! Se não cultivarmos nossas raízes, seremos flores sem caule, só as pétalas, muchas e que podem cair a qualquer momento e deixarem de existir.


Aproveite este post e deixe escrito o que você fazia na sua infância e que hoje é considerado, no mínimo, estranho para a “nova geração”.

Do alien que ainda vive neste mundo, mas a cada dia se sente mais distante...

PS: Eu sou daqueles que é fã número 0 da Turma da Mônica. Imagina se eu falo para os jovens de hoje que ainda tenho vontade de ler gibis até hoje...

2 comentários:

CamargoStudio disse...

eita...
vivemos numa outra fase desse mundão...
qndo vc disse mãe-da-rua não assimilei com a brincadeira... mas após a explicação me lembrei q brinquei muito, e eu era um dos últimos a serem pegos...

qnto aos bits... eles tem uma falha q não eh muito considerada... o fator facilidade, q faz com q a preguiça de pensar, de certa forma, assole as cabecinhas de alguns...

por eu trabalhe com os bits, eu sei como eh essa vida, sendentarismo por não estar numa atividade de movimento... de esforços mesmo q pequenos... e outras coisinhas ruins...

eu prefiro desligar o computador e ler um bom livro, fazer alguns joguinhos lógicos, como soduku, dar uma volta por ai, lutando contra a vontade de pilotar o possante...

abraços primo!!!

Alyx Hawk disse...

Falae querido mano, blz?

Gostei muito do seu blog, nem sabia que ele existia! Eu tb criei um pra mim essa semana, e ficaria feliz se vc passasse lá... Fiz uma mensagem de final de ano especial sobre os amigos.

Cola lá! Vou colocar um link pro seu blog tb:
http://alex-phoenix.blogspot.com

Concordo com o q vc comentou no seu post, estamos cada vez mais sedentários, eu tb trabalho com computador o dia todo, e ainda fico em casa no pc atualizando o blog e fazendo outras coisas. Tento ao máximo socializar a minha vida, mas confesso que já não é mais como antes. Faz tempo que não leio um gibi da Turma da Mônica, gostava muito tb.

Um abraço e feliz 2008!
Alex