quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Jogos dos meus sonhos!!

O jornalista Juca Kfouri, em seu blog (http://blogdojuca.blog.uol.com.br), abriu espaço para grandes nomes da crônica esportiva descreverem encontros impossíveis, porém desejáveis entre seleções de diferentes épocas.

Eu vou copiar a idéia, porém de uma maneira diferente. Vou convidar alguns amigos para descreverem embates de clubes que gostaríamos de ver jogando e descrever o resultado que achamos mais justo.

Vou começar com o maior clássico paulista (na minha opinião). Escolhi o Palmeiras campeão brasileiro de 1994 e o Corinthians campeão de 1999.

O estádio para abrigar tal clássico obrigatoriamente deve ser o Morumbi. Com capacidade máxima para 80 mil torcedores, a diretoria do São Paulo em conjunto com a PM decidiu liberar 75 mil ingressos, o que não fazia há muito tempo por motivos de segurança, quando liberava só 60 mil.

Com ligeira maioria no estádio, o alvinegros vibram a cada nome da escalação do Timão. Dida, César Prates, João Carlos, Márcio Costa e Kleber; Vampeta, Rincón, Ricardinho e Marcelinho, Edílson e Luizão começam o jogo, comandados pelo aluno Oswaldo de Oliveira.

Pelo lado alviverde, Velloso, Cláudio, Antônio Carlos, Cléber e Vagner; César Sampaio, Flávio Conceição, Zinho e Rivaldo; Edmundo e Evair sob a batuta do mestre Wanderley Luxemburgo.


A partida começa com o Corinthians. O meio de campo alvinegro parece travado frente à dupla de volantes do Verdão, César Sampaio e Flávio Conceição. E Rivaldo aproveita a lentidão de Rincón para arriscar chutes de fora da área.

Em um cruzamento, aos 10 minutos, Zinho da esquerda coloca a bola na cabeça de Evair que acerta a trave, atrapalhado pelo espalhafatoso João Carlos. O Corinthians joga acuado, apoiado apenas nos venenosos chutes de Marcelinho e nos lançamentos precisos de Ricardinho.

Um vacilo de Flávio Conceição deixa o Capetinha Edílson mano a mano com Cléber. O atacante alvinegro ganha na velocidade, mas é derrubado na entrada da área por Cláudio. Na cobrança, Marcelinho acerta o ângulo de Velloso, como fez na final do Paulista de 1995. 1 a 0 para o Timão.

Luxa mantém o time pressionando, mas o Palmeiras não conta com um Edmundo inspirado, perdendo diversas chances no ataque. Num lance despretensioso, Vagner chega na lateral, tira César Prates e manda uma bomba. Dida espalma e coloca para escanteio. Na cobrança, Rivaldo acha César Sampaio sozinho no meio da área, que cabeceia para o fundo das redes de Dida. Tudo igual no clássico, 1 a 1.

O Verdão mantém o ritmo e em uma linda tabela entre Evair e Rivaldo, o meia corta o volante Vampeta e manda um míssil, Dida voa e espalma a bola que entraria no ângulo. Zinho inferniza a zaga alvinegra com seus dribles e as pedaladas, conhecido como enceradeira. O Timão, acuado se defende e busca o desempate somente nos contra-ataques puxados por Marcelinho e Edílson.

Edmundo pega a bola no meio de campo, lança Rivaldo na direita, que inverte o jogo para Zinho. O meia finta Vampeta, limpa na esquerda e é derrubado na área por César Prates. Pênalti. Evair com a fama de exímio batedor de pênaltis e Dida de pegador de pênaltis, frente-a-frente. Evair bate e Dida pega. Mas o juiz manda voltar, alegando que o arqueiro se adiantou a cobrança. Na cobrança, Evair coloca no ângulo esquerdo de Dida, que acerta o canto, mas goleiro não pega pênalti no alto. 2 a 1 Palmeiras e o primeiro tempo se encerra.

Oswaldo precisa se desvencilhar do nó tático que seu mestre Luxa aplica. Ele tira o lento Rincón e coloca o jovem Edu. O Palmeiras mantém a mesma equipe.

Começa o segundo tempo e o Corinthians já toma a bola do Verdão. Edu lança Kleber na esquerda, bola na área, Luizão sobe, Cléber tira e Ricardinho emenda de primeira, direto no travessão. O Timão vêm a mil. Vampeta e Edu revezam como terceiro jogador do meio, Vamp arrisca e a bola desvia na zaga, escanteio.

Marcelinho cobra com veneno, Luizão sobe, dessa vez ganha de Cléber, mas Velloso salva o cabeceio a queima roupa. Novo escanteio. Dessa vez Ricardinho lança rasteiro e Vampeta chega de surpresa emendando de primeira. A bola desvia em Antônio Carlos e engana Velloso. 2 a 2.

Oswaldo de Oliveira percebe o crescimento do time e coloca o atacante Dinei no lugar de Ricardinho. Com três atacantes, o Corinthians se mantém no ataque e pressiona. Em sua primeira jogada, Dinei faz a famosa pedalada e tira Vagner da jogada, cruza a meia altura e Edílson tromba com Cléber. O juiz pára a jogada, falta do atacante, mas Cléber sangra muito na cabeça e parece não ter condições de jogo. Luxa prepara o zagueiro Tonhão para entrar e Amaral também entra no lugar do cansado Evair, para segurar o ataque do Timão.


Edílson tabela com César Prates e vêm na velocidade em direção ao gol de Velloso. Coloca a bola no meio das pernas de Tonhão e é derrubado dentro da área. Cartão amarelo para o zagueiro e pênalti para Marcelinho bater. O meia corinthiano olha pra Velloso, corre para a bola, dá uma paradinha e cobra rasteiro no meio do gol, Velloso pulou para a direita, toca com o pé esquerdo na bola, mas não impede o terceiro gol do Timão. Marcelinho corre em direção à torcida palmeirense e provoca. 3 a 2 Timão.

O Palmeiras toca a bola recuado e espera o Corinthians sair para o contra-ataque. Flávio Conceição perde a bola no meio, Luizão recupera, lança Dinei que entra na área, mas é desarmado por Amaral.

Rivaldo puxa o Palmeiras, lança pra Zinho. São três contra três. Zinho deixa João Carlos no chão, vêm correndo em direção ao gol, tira Dida da jogada, o zagueiro Márcio Costa dá um carrinho pra impedir o gol, ele pára e toca pra Edmundo que só empurra para as redes e retribui a provocação, fazendo gestos provocativos aos corinthianos. Marcelinho parte pra cima e os dois se desentendem. O árbitro Oscar Roberto de Godoy, com seus tradicionais tênis de corrida preto e branco não quer saber de conversa, expulsa os dois jogadores. 3 a 3!

Agora o Palmeiras fica sem atacantes, mas o Corinthians não tem nenhum meia de ligação. Explorando as laterais, o Corinthians chega ao quarto gol aos 40 minutos do 2º tempo. Kleber parte pela esquerda, passa por Cláudio. Entra na área, Amaral sai para dar combate e deixa Luizão sozinho, que recebe, mata no peito e emenda no alto, sem chances para Velloso. A virada do Timão cala os torcedores palmeirenses que vêem a equipe sem os dois atacantes e apostando em Rivaldo e Zinho, cansados.

Na última tentativa, aos 47, Rivaldo em cobrança de falta acerta a barreira, no rebate Zinho arrisca colocada e Dida põe para escanteio. Na cobrança, Tonhão sobe de cabeça, Dida rebate e a bola sobra na entrada da área para Rivaldo. O meia esquerda domina, ajeita e bate no canto direito. A bola bate no lado de fora da trave, no ângulo e sai.

Dida faz cera para cobrar o tiro de meta, toma cartão amarelo, e quando cobra, Godoy apita o fim do clássico eletrizante.

Vitória do aluno contra o professor. Oswaldo de Oliveira vence o duelo contra Wanderley (na época com W e Y) Luxemburgo, graças a contusão de Cléber e a expulsão do último atacante do Verdão Edmundo.

Ficha técnica

Corinthians 4 x 3 Palmeiras

Local: Morumbi (São Paulo/SP)

Público: 74.547 pagantes Árbitro: Oscar Roberto de Godoy

Gols: Marcelinho 17’, César Sampaio 23’ e Evair 37’ (pen) do 1º; Vampeta 7’, Marcelinho 25’ (pen), Edmundo 34’ e Luizão 40’ do 2º

Cartão amarelo: Cláudio, César Prates, Tonhão, César Sampaio, Vampeta e Dida.

Cartão vermelho: Edmundo e Marcelinho

CORINTHIANS: Dida, César Prates, João Carlos, Márcio Costa e Kleber; Vampeta, Rincón (Edu), Ricardinho (Dinei) e Marcelinho; Edílson e Luizão. Técnico: Oswaldo de Oliveira

PALMEIRAS: Velloso, Cláudio, Antônio Carlos, Cléber (Tonhão) e Vagner; Flávio Conceição, César Sampaio, Rivaldo e Zinho; Edmundo e Evair (Amaral).

Técnico: Wanderley Luxemburgo

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